15/07/2019 - O Atlântico Sul Ocidental (ASO) abriga importantes áreas de desova, alimentação e desenvolvimento da tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta). ↓
O Atlântico Sul Ocidental (ASO) abriga importantes áreas de desova, alimentação e desenvolvimento da tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta). A maior parte das pesquisas desenvolvidas com esta espécie na região forneceram informações sobre a biologia e ecologia de fêmeas adultas e juvenis, mas pouco se sabe a respeito dos machos que ocorrem nesta área.
Recentemente, um estudo realizado na costa sul do Brasil forneceu as primeiras informações sobre a origem e a alimentação de machos de tartaruga-cabeçuda. Análises genéticas indicaram que 88,5% das tartarugas estudadas nasceram em áreas de desova do Brasil, principalmente na região sudeste do país (Espírito Santo e Rio de Janeiro). Os resultados também revelaram pela primeira vez a presença de machos híbridos, isto é, indivíduos descentes do cruzamento de duas espécies distintas de tartarugas marinhas. Neste caso, o evento de hibridização observado ocorreu entre a tartaruga-cabeçuda e a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea).
A quantificação de carbono e nitrogênio da pele dos machos indicou diferenças no tipo de alimento e nas áreas preferenciais de alimentação entre machos adultos e juvenis. Os machos adultos utilizam principalmente a região costeira e se alimentam em maior proporção de caranguejo-ermitão e caracóis marinhos. Já os juvenis utilizam tanto as áreas costeiras como as oceânicas, e alimentam-se de organismos gelatinosos e de ermitões.
No sul do Brasil, as tartarugas-cabeçudas são vulneráveis à captura incidental na pesca. Enquanto que no ambiente costeiro a captura acidental ocorre principalmente na pesca de arrasto e de emalhe, na região oceânica as tartarugas estão sujeitas à captura na pesca de espinhel pelágico. Os resultados da pesquisa destacam a necessidade de implementação de medidas de conservação, a fim de evitar a perda de diversidade genética e garantir a viabilidade das populações.
Este trabalho foi realizado como parte do projeto de doutorado da pesquisadora Luciana Medeiros, do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica da Universidade Federal do Rio Grande-FURG, sob orientação dos professores Eduardo Secchi e Maíra Proietti, e publicado na revista científica Marine Biology. O estudo recebeu o apoio do Núcleo de Estudos e Monitoramento Ambiental- NEMA na coleta de amostras, e foi financiado pela instituição The Rufford Foudation através do programa de apoio a pesquisas científicas Rufford Small Grants. Para maiores detalhes, acesse: https://link.springer.com/article/10.1007/s00227-019-3524-2
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