28/02/2019 - Com o tema “Navegando o futuro”, o ISTS39 convidou a todos os participantes a fazer um exercício de prever futuros problemas antes que eles aconteçam. ↓
Entre os dias 05 e 08 de fevereiro aconteceu em Charleston, Carolina do Sul, o 39º Simpósio Internacional de Biologia e Conservação de Tartarugas Marinhas (ISTS39), que contou com a participação de 800 pessoas de 40 nações. O tema do simpósio esse ano foi “Navegando o futuro” e convidou a todos os participantes a fazer um exercício de prever futuros problemas antes que eles aconteçam.
Os dias que antecederam o simpósio também foram repletos de eventos interessantes. Nos dias 2 e 3 de fevereiro foram oferecidos 25 workshops abordando diferentes temas como: Lixo, Tartarugas em cativeiro, Veterinária, Telemetria, Fotoidentificação de tartarugas, Conectividade migratória, Utilização de drones para apoiar os trabalhos de conservação de tartarugas marinhas, dentre outros. O dia 04 de fevereiro foi destinado às reuniões regionais dos grupos: Reunião Latina, do Mediterrâneo, do Pacífico, da África, etc
A ameaça do microplástico
Esse ano a problemática do lixo ganhou muita atenção durante o simpósio e pesquisadores de diferentes partes do mundo abordaram esse tema tanto em apresentações orais como nos pôsteres. O pesquisador Bruno Giffoni, um dos representantes do TAMAR no simpósio, destacou a apresentação da pesquisadora Emily Duncan, da Universidade de Exeter, no Reino Unido. Ela analisou a ingestão de microplástico nas 7 espécies de tartarugas marinhas que existem, em amostras oriundas de 3 oceanos (Atlântico, Mediterrâneo e Pacífico) e encontrou partículas sintéticas em 100% dos animais analisados. Esse trabalho foi um dos ganhadores do prêmio Archie Carr, entregue anualmente em reconhecimento aos melhores trabalhos feitos por estudantes (graduação, mestrado e doutorado).
A participação do TAMAR esse ano contou com 6 pôsteres, além de 3 apresentações orais. “Connecting, Sharing and Prioritizing for a Better Future of Sea Turtles” foi apresentada por Neca Marcovaldi, coordenadora Nacional de Conservação e Pesquisa da Fundação Pró-Tamar, durante uma sessão especial do simpósio denominada: “The Future of Sea Turtle Conservation”, que contou também com outras apresentações de pesquisadores renomados como Manjula Tiwari (What do we need to do today for tomorrow’s sea turtles), Richard Reina (Why is the world becoming anti-science and anti-expert? What can we do about it?), Barbara Schroeder (Where should we go from here? A view toward the future of sea turtle conservation in the United States), dentre outros.
Confira fotos da participação do TAMAR no ISTS39.
RETOMALA
Durante a RETOMALA, que reune especialistas em tartarugas marinhas da America Latina, os pesquisadores do TAMAR Paulo Lara e Bruno Giffoni deram um panorama geral sobre a tartaruga-oliva no Brasil, incluindo a principal ameaça para a espécie, a pesca de arrato de camarão, que não é a única. No workshop sobre conectividade, os pesquisadores do TAMAR Armando Barsante e Bruno Giffoni levaram uma visão geral sobre a conectividade das populações brasileiras de tartarugas marinhas com outras populações, baseados em artigos e evidências de trabalhos realizados no Oceano Atlântico Sul sobre genética, telemetria, além de marcação e recaptura.
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