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Simpósio Novos e Velhos Saberes da UFBA

19/04/2016 - Curso de Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental teve dois dias de história e debates sobre a conservação do mar brasileiro. Leia mais. ↓

Simpósio Novos e Velhos Saberes da UFBA

Guy Marcovaldi

Texto de Paulo Hunold Lara, biólogo do TAMAR e aluno do curso.

Há uma turma do TAMAR fazendo o curso de mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ao longo deste curso, em cada semestre, foi organizado um mini simpósio de dois dias e, neste último, o tema central foi o mar. Dois dias para falar de mar: 31 de março e 1 de abril, na Praia do Forte, no auditório do Instituto Baleia Jubarte. A história da conservação marinha brasileira foi apresentada por pessoas que há muitos anos trabalham neste campo no Brasil e em diversos fóruns de discussão e gestão internacionais.

No primeiro dia, a apresentação do oceanógrafo fundador e coordenador do TAMAR, Guy Marcovaldi, contou a história da conservação das tartarugas marinhas, desde o começo das ações do Projeto Tartarugas Marinhas, no início dos anos 80, até hoje, ilustrando os desafios e as conquistas institucionais intensamente imbricados com as histórias pessoais daqueles que construíram o passo-a-passo dessa caminhada. Márcia Engel, diretora do Instituto Baleia Jubarte, apresentou a conservação dos grandes cetáceos no Brasil, com foco na experiência desenvolvida em torno das Jubarte, primeiramente em Abrolhos e depois se estabelecendo no Litoral Norte da Bahia, onde se encontra atualmente a sede e o Centro de Visitantes do Projeto Baleia Jubarte.

Pela tarde, Janini Pereira, professora do Departamento de Oceanografia da UFBA, discorreu sobre as pesquisas da oceanografia física, com inovações e análises cada vez mais importantes, fruto da aplicação de novas tecnologias. Mauro Maida, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), apresentou a experiência de pesquisa e conservação dos recifes costeiros na APA dos Corais, em Pernambuco, um trabalho exemplar de como é possível fazer conservação mesclando ciência e participação social.

O segundo dia do evento foi sobre políticas públicas de conservação marinha, com uma mesa redonda onde estavam José Truda Palazzo Jr., ambientalista e atualmente integrante do Instituto Baleia Jubarte, Gilberto Sales, Analista Ambiental do Centro Tamar/ICMBio, e Monica Peres, Diretora da Oceana Brasil. Neste debate, os alunos do curso puderam interagir diretamente com os palestrantes e discutir sobre como são estabelecidas as políticas públicas nacionais e internacionais de conservação na área marinha, sua história recente e seus desafios.

É fato que o mar precisa de mais atenção. Com estoques super explorados e com políticas públicas voltadas para aumentar a produção, no caso da pesca, são poucas as iniciativas de conservação a longo prazo. Há muitos anos se diz que para explorar o mar é necessário criar reservas e áreas marinhas protegidas. Na escala global, a 10ª Conferência das Partes da Convenção de Diversidade Biológica (CDB, Nagoia, 2010), através das metas de Aichi, sugere que 10% dos mares territoriais devam estar sob alguma forma de proteção. O Brasil, que assinou o compromisso em 1992, está muito longe disso. Hoje, apenas 0,5% do mar brasileiro é área protegida. Apesar disso, existem notícias boas neste oceano, as baleias e as tartarugas estão se recuperando, mas muito ainda se tem de falar sobre o mar. Dois dias foram pouco.

Tartaruga Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã

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