27/11/2014 - É o segundo registro de uma tartaruga-cabeçuda movendo-se entre o Atlântico Sul e o Norte. Leia mais. ↓
A tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) foi vista desovando em maio de 2013, em Quintana Roo, no México. Originalmente, foi marcada em 2005 pela equipe do Projeto Tamar em Almofala, no Ceará, onde fica uma das bases de pesquisa e conservação. A fêmea foi capturada incidentalmente em um curral de pesca, comum nesta região do Brasil, e solta com vida pelos pescadores locais parceiros do Tamar. Como explica Eduardo Lima, coordenador do Tamar CE, os currais de pesca podem se tornar oportunidades para vários tipos de pesquisas, incluindo marcação e remarcação, telemetria e genética, desde de que haja um trabalho associado com os pescadores para resgate dos animais.
O casco da tartaruga cresceu 15,8 cm em oito anos, período entre a marcação no Brasil e a recaptura no México. Isto corresponde a um aumento de 1.98 cm por ano. Dados de telemetria da população que desova na Bahia indicam que existe um movimento pós desova das fêmeas desta espécie em direção a costa do Ceará para se alimentar.
Este é apenas o segundo registro de retorno de uma tartaruga-cabeçuda movendo-se através da linha do Equador no oceano Atlântico. O primeiro foi de uma tartaruga da mesma espécie, solta ao mar no Espírito Santo e vista 3 anos depois nos Açores. Análises genéticas de amostras de pele de cabeçudas colhidas na elevação do Rio Grande, uma cadeia de montanhas submersas a cerca de 1.300 quilômetros (offshore) do litoral do Rio Grande do Sul, sugerem que as tartarugas que se alimentam neste local são originárias de áreas de desova no Brasil (RJ, ES, BA e SE), e provavelmente de regiões no oeste do oceano Índico. Por isso, tartarugas-cabeçudas juvenis marcadas no litoral sul brasileiro podem retornar a África do Sul e a Oman para desovar.
Mortalidade de tartarugas marinhas pela pesca preocupa pesquisadores do Ceará - 12/11/2014 chegou a informação que uma tartaruga-cabeçuda (foto abaixo) marcada em Almofala-CE no dia 09/07/2014, foi morta em uma rede de emalhe de fundo, malha 12, no município de Mongaguá, litoral Centro-Sul de São Paulo, no dia 09/11/2014. A informação foi encaminhada ao Tamar pelo Projeto Biopesca - Praia Grande/SP através da pesquisadora Dra. Carolina Pacheco Bertozzi. É o segundo registro deste tipo, pois em 2013 um macho adulto de tartaruga-cabeçuda, marcado no Ceará em 2009, foi encontrado morto na Praia de Povoação, Norte do Espírito Santo, indicando um possível corredor migratório Norte – Sul do Brasil para esta espécie.
A pesca é a maior ameaça a vida das tartarugas marinhas na atualidade.
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