29/11/2013 - Jornada de pesquisa fez retrospectiva de ações conjuntas e atualizou abordagens metodológicas em estudos nos três países. Leia mais. ↓
Entre 05 e 08 de novembro de 2013 mais de 100 pesquisadores e estudantes participaram da VII Reunião e VI Jornada de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental (REDE ASO TORTUGAS), em Piriápolis, Uruguai. O Tamar esteve representado por pesquisadores de várias de suas bases no Brasil, com posters e apresentações orais. Os temas abordaram reabilitação e saúde, biologia, ecologia, estudos populacionais, pesca incidental, educação ambiental, reunindo a experiência de mais de 20 anos de dados sistematizados e de metodologias próprias. O evento marcou os 10 anos da Rede ASO e celebrou a integração entre Argentina, Uruguai e Brasil na proteção e pesquisa de tartarugas marinhas.
Destaque para a proposta de diagnóstico das ações de Educação Ambiental enquanto campo de ação/saber dentro da região da Rede ASO. O levantamento de experiências práticas, dificuldades e resultados alcançados permitirá compilar uma base de dados capaz de subsidiar projetos, programas, ações, pesquisas, processos de formação e capacitação técnica no âmbito da conservação das tartarugas marinhas. Para a coordenadora de educação ambiental e inclusão social do Tamar, bióloga Valéria Rocha, a proposta permitirá estabelecer relações e propor alinhamentos com as políticas públicas de educação ambiental dos países integrantes da Rede ASO; vai também evidenciar as políticas, linhas de ação, atividades e materiais educativos produzidos pelas instituições e pesquisadores para disponibilizar um acervo de diversos materiais relacionados à educação ambiental na conservação de tartarugas marinhas e seus habitats.
Uma reunião sobre o "Corredor Azul", região de estudo comum entre os países da Rede ASO, definiu o mapeamento entre as linhas de pesquisa desenvolvidas por cada grupo, instituição ou pesquisador, para cada espécie de tartaruga e em quais localidades. Como produto final um mapa será elaborado com essas informações, além de uma lista de artigos científicos e resumos, disponibilizados a todos.
O que é e o que faz a Rede ASO?
O Atlântico Sul Ocidental (ASO), região compreendida por Brasil, Uruguai e Argentina, é utilizada por cinco das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, todas ameaçadas de extinção: Caretta caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea, Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea utilizam o Atlântico Sul Ocidental como área de alimentação, desenvolvimento e corredor migratório.
Pelo fato dos três países que compõem o ASO apresentarem algumas características comuns com relação aos usos do habitat pelas tartarugas marinhas e os impactos que estes animais sofrem, o Projeto Tartarugas Marinhas do Uruguai – Karumbé propôs aos pesquisadores destes três países a formação de uma rede, criada em 2003, com os seguintes objetivos:
- Divulgar informação científica sobre a biologia, conservação e reabilitação das tartarugas marinhas, assim como padronizar metodologias de trabalho e protocolos científicos entre as diversas organizações que trabalham na área, para melhorar as práticas de manejo e pesquisa e a capacidade comparativa entre os estudos;
- Consolidar programas realizados por cada organização no ASO e organizar ações conjuntas que ampliem os esforços e os resultados, fortalecendo a integração e a colaboração entre pesquisadores e instituições de cada país;
- Formular ações de caráter regional que sejam necessárias para a conservação das tartarugas marinhas, e um mecanismo de coordenação para sua implementação, de maneira que complementem as ações já desenvolvidas individualmente pelos atores na região.
- Desenvolver e propor estratégias para o setor pesqueiro, o qual está relacionado aos três países, com o objetivo de diminuir a captura incidental de tartarugas marinhas sem desvantagens a pesca, ou mesmo com o aumento da produtividade e rentabilidade da atividade pesqueira.
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