18/03/2022 - A capacitação faz parte de um projeto que estuda essa síndrome, também conhecida como doença da descompressão e busca diminuir a morte de animais capturados em redes de pesca. ↓
A pesca incidental continua sendo a maior ameaça para as tartarugas marinhas. Mas hoje viemos falar especificamente sobre uma condição relacionada a ela. Acontece que, por muito tempo, os pesquisadores acreditaram que o afogamento em redes de pescas era o principal responsável pela morte das tartarugas. Ou seja, se assumia que, se elas fossem soltas a tempo e estivessem aparentemente bem, iriam se recuperar e sobreviver. Porém, estudos relativamente recentes mostraram que outras consequências poderiam surgir e ser fatais para elas.
Chamada de embolia gasosa, essa condição representa essencialmente a formação de bolhas de gás que bloqueiam os vasos sanguíneos. E, apesar de ser bem conhecida por acontecer com mergulhadores, estudos atuais provam que as tartarugas marinhas também podem ser vítimas. Na água, essas bolhas de gases surgem com a mudança brusca de pressão e podem causar lesões leves ou fatais. Em condições normais, as tartarugas possuem mecanismos naturais para lidar com isso, porém, quando estão presas em uma rede e estressadas, esse sistema pode falhar. Além disso, a velocidade que são puxadas para a superfície nessas situações também pode influenciar.
Para conhecer e discutir sobre esse tema tão importante, a base da Fundação Projeto Tamar em Florianópolis recebeu, nos dias 31/01 e 01/02, um workshop de avaliação do efeito da embolia gasosa em tartarugas marinhas. O curso foi ministrado pela médica veterinária especialista em captura incidental Mariluz Parga, da Submon, e pelo médico veterinário Vicente Marco, da Fundação Oceanografic de Valência.
A capacitação faz parte de uma pesquisa financiada pelo Programa BREP da NOAA e foi executada em parceria com a Submon, Oceanografic Valencia, NEMA, Universidade da Flórida e com apoio da Fundação Projeto Tamar. Durante os estudos, observadores de bordo acompanham barcos de pesca de arrasto para identificar as alterações causadas pela embolia gasosa em tartarugas marinhas. Para isso, eles coletam sangue, realizam ultrassom e utilizam transmissores para descobrir se os animais morrem depois da captura.
O curso também teve a participação de dois observadores de bordo do NEMA que serão responsáveis pela coleta de dados, além dos veterinários da Fundação Projeto Tamar das bases de Aracaju/SE, Ubatuba/SP e Florianópolis/SC. A manhã do primeiro dia foi teórica, com explicações sobre o projeto e a embolia gasosa em tartarugas marinhas. No período da tarde, o grupo foi dividido e os veterinários do Projeto Tamar puderam tirar todas as dúvidas sobre o tratamento de tartarugas com suspeita da condição. Enquanto a equipe de observadores repassava os detalhes sobre o embarque. Já no segundo dia do treinamento, foi hora de por a mão na massa: os participantes coletaram sangue e realizaram ecografias nos animais do Centro de Visitantes de Florianópolis para identificar os sinais que serão avaliados no estudo.
Nossa equipe ficou extremamente satisfeita com a experiência e reforça a importância do aprendizado para rever e melhorar as estratégias para diagnosticar e cuidar das tartarugas marinhas recebidas pela Fundação Projeto Tamar. Conhecer para proteger, seguiremos sempre buscando e compartilhando conhecimento!
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