04/12/2013 - O litoral sul potiguar abriga a maior densidade de desovas desta espécie, criticamente ameaçada de extinção no Atlântico Sul. Leia mais. ↓
Diferente de outras áreas de desova de tartarugas marinhas no Brasil, que recebem visitas de fêmeas de setembro a março, no Rio Grande do Norte, as tartarugas de pente (Eretmochelys imbricata) começam a desovar um pouco mais tarde, entre novembro e maio. O litoral sul potiguar abriga a maior densidade de desovas desta espécie, criticamente ameaçada de extinção no Atlântico Sul, com praias que chegam a reunir até 50 ninhos por quilômetro. A cada temporada, o Projeto Tamar registra cerca de 800 ninhos ao longo de 42 km monitorados em cinco municípios: Natal/Parnamirim (Barreira do Inferno), Senador Georgino Avelino (Malembá), Tibau do Sul (Pipa e Sibaúma), Canguaretama (Barra do Cunhaú) e Baía Formosa.
Em primeiro de novembro/2013, a equipe do Tamar começou a percorrer diariamente as praias pela manhã, para o registro e identificação das desovas. De acordo com o coordenador do Tamar na região, Armando J. B. Santos, até o momento, foram registrados 28 ninhos. O monitoramento noturno, para a marcação e coleta de dados das fêmeas que chegam para desovar, ocorre entre dezembro e abril, período com atividade reprodutiva mais intensa.
Ameaças e soluções - Os principais problemas enfrentados hoje pelas tartarugas no Rio Grande do Norte são a predação animal dos ninhos (principalmente por raposas), o tráfego de veículos nas praias, a erosão costeira e o desenvolvimento costeiro desordenado. Para evitar a predação animal, são fixadas nos ninhos telas de proteção em que os filhotes conseguem passar através da malha no momento do nascimento, mas os predadores não conseguem alcançar os ovos, explica o coordenador do Tamar. Já o tráfego de veículos em praias potiguares é uma prática comum, com quadriciclos ou carros de passeio, jipes e bugues, sendo necessária a sinalização dos ninhos com estacas para evitar que possam ser atropelados.
A erosão costeira é a mudança da linha de costa continente a dentro, fator que pode levar a destruição de desovas, transferidas para locais seguros quando consideradas em perigo. O desenvolvimento costeiro desordenado agrava a erosão e ainda pode levar ao aumento de problemas como o tráfego de veículos, a fotopoluição e a introdução de obstáculos a fêmeas e filhotes no caminho entre a praia e o mar. O trabalho de sinalização e proteção das desovas com estacas é essencial para evitar a destruição dos ninhos, principalmente em áreas com grande fluxo de pessoas.
Saiba mais: A importância da Barreira do Inferno na proteção das tartarugas de pente.
Ninho erodido
Projeto TAMAR: Manejo Adaptativo na Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil
No mês das crianças, que tal se aproximar das tartarugas marinhas?
Celebração da Oceanografia: Homenagem e Inovação em Prol da Conservação Marinha
Fundação Projeto TAMAR é convidada pelo Governo Brasileiro, para missão em Benim.