Dados de pesca entre AL e BA são apresentados à comunidade

26/06/2013 - A região concentra aproximadamente 80% das desovas de quatro espécies de tartarugas marinhas, das cinco que visitam o Brasil. ↓

Tartaruga oliva

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O Tamar promoveu em maio/2013 reunião para tratar da pesca na região entre o Pontal do Peba/AL e Salvador/BA, 389 quilômetros do litoral de Alagoas, Sergipe e Bahia. A região concentra aproximadamente 80% das desovas de quatro espécies de tartarugas marinhas, das cinco que visitam o Brasil. O encontro é uma das ações do programa de interação com a pesca, que o Tamar mantém desde 1990, para acompanhar e conhecer a frota pesqueira, se aproximar dos pescadores e contar com sua colaboração para a conservação das tartarugas. Além da comunidade, participaram da reunião integrantes do setor pesqueiro da região, da Fundação Pró-Tamar, ICMBio, IBAMA, Secretária Municipal de Pesca, Câmara de Vereadores, Federação dos Pescadores, Colônia de Pescadores e Condepi.

Foram apresentados dados levantados a partir de diários de bordo, com colaboração voluntária de 16 embarcações que fazem porto em Pirambu/SE, e discutido, entre outros temas, o impacto da pesca de camarão nas populações de tartarugas. Os dados mapeados detalham a interação dessa pesca com as tartarugas em 3.376 arrastos de camarão realizados entre 2010 e 2012. Como explica o coordenador do Projeto Tamar em Sergipe, César Coelho, é fundamental saber como estão ocorrendo as pescarias para buscar soluções para a causa da morte de muitas tartarugas.

Olivas e camarões – A pesca do camarão é a principal ameaça para as olivas (Lepidochelys olivacea), espécie mais abundante na região. Entre janeiro e dezembro dos anos de 2010, 2011 e 2012, mais de 1.000 olivas encalharam mortas nas praias da Bahia, de Sergipe e do Sul de Alagoas (Pontal do Peba/AL).

Medidas para minimizar o problema já estão sendo adotadas, como o defeso de verão, que proíbe o arrasto de camarão entre 01/dezembro e 15/janeiro, protegendo boa parte do período de reprodução das tartarugas marinhas. Segundo o coordenador, o ideal mesmo seria estender o defeso do camarão durante toda a época de reprodução das tartarugas marinhas, de setembro a março, para garantir mais sucesso aos animais que se aproximarem das praias para desovar.